Cursos online, abertos e à distância: o futuro da educação mundial

Brasil oferece cursos online gratuitos, mas está longe de ser um adepto da Educação Aberta, diz especialista

O Professor Doutor Stavros Xanthopoylos, diretor executivo da FGV Online e coordenador de cursos de pós-graduação e educação à distância, foi o palestrante convidado para falar sobre o assunto “Educação Aberta, uma perspectiva internacional” no seminário com o tema “Educação aberta, sociedade e tecnologia” que aconteceu na última quinta-feira (17) na Escola Politécnica da USP.

Prof. Dr. Stavros Xanthopoylos
Prof. Dr. Stavros Xanthopoylos
Após citar o palestrante anterior, o professor canadense Rory McGreal, e recuperar algumas de suas falas, o brasileiro iniciou definindo a ideia de “Educação Aberta” em uma pequena frase: compartilhar qualquer conhecimento com qualquer pessoa. Trouxe à tona, também, uma das dimensões da educação aberta – a universidade aberta, conceito que começou a ser elaborado na Inglaterra durante o século passado e tem se espalhado por todo o mundo. Reforçou, no entanto, que esta não é uma realidade no nosso país; o Brasil, apesar de ter um oferecimento cada vez maior de cursos online gratuitos, não se pode declarar um adepto da educação aberta por conta dos alunos ainda precisarem realizar testes para ingressarem nestes cursos.

Ao viajar pelo mundo, Xanthopoylos diz ter observado que o principal objetivo de países que ainda não discutem o uso efetivo da educação aberta e flexível é o desafio de encaixar o que eles consideram o futuro da educação em sua legislação e em sua pedagogia que, de certa forma, já fazem parte do passado. Trazendo para uma realidade em que ele esteve presente, usando de exemplos o MIT e a própria FGV, o professor comenta o não uso de copyrigths nesses casos, já que o conteúdo de suas instituições está sempre aberto o tempo todo e não há a preocupação com a finalidade que a pessoa estará desejando ao conseguir esse acesso, a não ser que esta cometa algum tipo de crime.

Comentando sobre o MOOCs (sigla inglesa para Curso Online Aberto e Massivo), ele diz o quão absurdo é alguns governos pensarem que este é o substituto do modo conhecido de educação. O objetivo, diz ele, é encaixar esse novo formato de educação aberta dentro do sistema educacional já usual, sem acabar com qualquer forma de ensino ou universidade tradicional.

Para finalizar, o palestrante falou sobre o problema que é para o Brasil ter leis independentes para vários tipos de educação (à distancia, básica, superior etc), quando deveríamos pensar em um sistema que funcionasse como um todo. Diz que, apesar de ter a língua como grande barreira e não estar tão avançado no assunto, o país estuda, juntamente com o mundo inteiro, modos de regular e inserir uma educação aberta online dentro do contexto atual mundial. Novas políticas são pensadas para que “todos possam estudar tudo”, segundo Xanthopoylos, que também acredita na tecnologia como principal forma de fazer o Brasil crescer ainda mais e quebrar qualquer barreira cultural ou política que o esteja deixando atrás diante do futuro da pedagogia mundial.

Texto: Diogo Magri, da empresa Jornalismo Júnior, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP)