A necessidade da Educação à Distância na Era Digital

O especialista Rory McGreal, da UNESCO e professor da universidade de Athabasca, no Canadá, defende que o conteúdo didático esteja online

“Deus está do lado da educação à distância”, afirmou Rory McGreal, membro da UNESCO, durante o seminário eMundus – Educação Aberta, Sociedade e Tecnologia, sediado na Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP) e promovido pelo Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia (CEST), em 17 de março de 2016. Com a frase, o também professor da Universidade de Athabasca, no Canadá, nos conta que foi São Paulo, um santo cristão, o precursor da educação à distância. Ele enviava suas epístolas para diversos lugares do mundo, com o intuito de promover a educação em massa.

Rory McGreal, da UNESCO e professor da universidade de Athabasca, no Canadá
Rory McGreal, da UNESCO e professor da universidade de Athabasca, no Canadá
Docente de uma universidade cujas aulas são ministradas online, em sua totalidade, McGreal ressalta a importância da educação à distância na atual conjuntura. Segundo ele, a tecnologia deixou de ser uma mera ferramenta, para mudar nosso modo de vida de forma profunda e significante. Por exemplo, o preço atribuído a um produto leva em consideração todo o conhecimento aplicado na sua produção e toda a tecnologia que permeia suas funções.

“Diferente do que muitos pensam, a economia mundial não é baseada em petróleo ou quaisquer outras coisas que acreditamos, mas sim em bits de informação. Por exemplo, quando compramos um barril de petróleo, compramos todo o conhecimento investido na extração e refino dele. O petróleo em si não faz nada”, diz McGreal.

Traçado este cenário, o professor retoma a iminente necessidade da educação em massa. Uma vez que o mundo está conectado a seus celulares, o conteúdo didático deveria estar adaptado a tal realidade, o que é bastante dificultado por dois entraves: a visão um tanto quanto criacionista que se tem da educação e a comercialização do material de ensino.

A primeira consiste em uma analogia feita por McGreal, pois não há uma razão científica comprovada de que as aulas em sala de aula são, de fato, superiores a educação a distância, mas ainda assim há um grande preconceito da sociedade com elas. Já a segunda, implica em questões legais. Materiais digitais, como e-books, impõe ao consumidor uma série de regras, como por exemplo, não poder mudar o material de região, expiração do mesmo e até não poder mostrá-lo a ninguém que tenha pago por ele, o que é contrário a necessidade de comunicação e compartilhamento da educação. Qualquer um destes atos é considerado crime em países como os Estados Unidos.

O apelo final do professor é que a educação se adapte a realidade na qual ela se insere. Ele apresenta ao público a plataforma online OERcommons, criada no Canadá e pioneira na hospedagem de MOOCs, a sigla inglesa para Curso Online Aberto e Massivo. Qualquer um que queira ter acesso ao conteúdo do site pode solicitar a Universidade de Athabasca, sem maiores entraves ou complicações.

Clique aqui e saiba mais sobre o seminário eMundus – Educação Aberta, Sociedade e Tecnologia do CEST.

Texto: Maria Beatriz Barros, da empresa Jornalismo Júnior, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP)