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A participação de diferentes atores da sociedade é fundamental para evolução da Internet em benefício da sociedade
Inicialmente, o conceito de Governança da Internet compreendia os processos de concepção e administração das tecnologias necessárias para manter a Internet operacional. Com a evolução e o aumento da adoção da Internet esse conceito se ampliou e passou a incluir: o estudo do conjunto de meios materiais e lógicos que constituem a Internet e sua infraestrutura; as instituições que a definem e a administram; os atores envolvidos; e as políticas e decisões derivadas de tais arranjos que impactam o interesse público.
A Governança da Internet surgiu como um conceito formal a partir de debates feitos na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (WSIS/CMSI), porém, decorrido pouco mais de uma década, o tema ainda é pouco conhecido do público geral. Com o objetivo de debater o assunto com a sociedade, o Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia da Universidade de São Paulo (CEST – USP) realizará no dia 17 de agosto, a partir das 8h30, um seminário na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo com diferentes especialistas da área.
Segundo a mestra Nathalia Sautchuk Patrício, pesquisadora do tema e colaboradora do CEST, a Governança da Internet é uma área multidisciplinar a qual busca discutir as dimensões tecnopolíticas da rede, ou seja, suas consequências técnicas, sociais, econômicas e relacionamento com políticas públicas. “Na Governança da Internet não há uma instância decisória única. Podemos pensar nela como um ecossistema no qual existem diversos fóruns para tratar diferentes assuntos. Por exemplo, há um fórum específico no qual são discutidos os padrões técnicos para a Internet, conhecido como IETF (Internet Engineering Task Force), mas também há fóruns mais políticos como o IGF (Internet Governance Forum) nos quais ocorrem debates mais amplo abarcando, inclusive, a questão dos direitos humanos”, informou a pesquisadora.
O evento contará com painelistas que representam diferentes atores da Governança da Internet, como: a sociedade civil organizada; o setor governamental; e a comunidade científica e tecnológica (com atuação reconhecida em diversos fóruns). “Uma prática muito importante adotada pelo ecossistema de Governança da Internet é o multissetorialismo, ou seja, a realização de discussões em pé de igualdade com diferentes partes interessadas visando a construção de políticas públicas e tomadas de decisão para evolução da internet em benefício da sociedade. Essa prática difere do multilateralismo, usada em diversas instâncias da ONU, em que apenas os representantes dos governos têm voz nos processos de tomada de decisão”, afirmou Nathalia.
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