Evento na USP debate e questiona quanto as “Cidades” podem ser chamadas “Inteligentes”

Especialistas e pesquisadores discutem os desafios e oportunidades para as chamadas “Smart Cities” ou “Cidades Inteligentes” as cidades “com efetiva integração de sistemas físicos, digitais e humanos, na construção de um ambiente para prover um futuro sustentável, próspero e inclusivo para seus cidadãos”.

Pode-se entender atualmente Cidades como complexos sistemas caracterizados por números massivos de cidadãos, negócios, diferentes modos de transporte, redes de comunicação, serviços e utilidades interconectados.

No entanto, nem há unanimidade sobre a nomenclatura utilizada (Smart, intelligent, virtual, ubiquitous ou digital cities), nem sobre o conceito de Cidade Inteligente, ou a abrangência do seu significado. Isto põe em dúvida a própria questão de que as Smart Cities são realmente cidades inteligentes?

Ainda que sem uma definição formal e amplamente aceita, o objetivo final é o de fazer um melhor uso dos recursos públicos, aumentando a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos, reduzindo os custos operacionais da administração pública, de forma ambientalmente sustentável. Porém, o debate ainda está aberto e, com o objetivo de divulgá-lo, o Centro de Estudos Sociedade e Tecnologia (CEST) e o Internet Lab realizam no dia 23 de junho, às 8:30h, um seminário sobre o tema na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Segundo o pesquisador do tema e colaborador do CEST, Prof. Dr. Clovis Alvarenga-Netto, o conceito e implicações para a vida dos cidadãos ainda são pouco consolidados em diversos lugares, entre eles o Brasil. É justamente por isso que o debate precisa ocorrer. “Pode-se analisar o grau de inteligência de uma cidade segundo os parâmetros economia, capital humano, tecnologia, meio ambiente, mobilidade e transporte, governança, planejamento urbano e administração pública. O ponto de convergência dessas dimensões é o fato delas todas estarem voltadas à melhoria na prestação de serviços à sociedade, o que pode ser chamado de Servitização, objetivando o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Diversas empresas e governos já têm consciência desse processo, cuja argumentação se sob perspectivas econômicas, ambientais, de mercado, sociais de tecnologia e de conhecimento. São mostradas ao público as dificuldades técnicas, jurídicas, urbanísticas e organizacionais relacionadas às Smart Cities e as oportunidades e desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável e mesmo à pesquisa acadêmica. Um caso concreto de um cidadão da cidade é o fio condutor do debate e a partir daí são discutidas implicações e ações necessárias para cada um dos atores deste grande palco da Cidade.

O evento conta com painelistas / debatedores das áreas de Engenharia, Direito, Urbanismo, Comunicação, Psiquiatria, Normas, profissionais do meio acadêmico, Ministério das Cidades, e empresas como Google e Microsoft.  “Dois pontos de destaque de pesquisas recentes, são que: 1) as variáveis geográficas indicam que cada localidade tem sua própria estratégia de inteligência, portanto a exportação de “melhores práticas” pode não acontecer tão facilmente; 2) parece não haver correlação entre iniciativas inteligentes e o tamanho da população, mas sim com a densidade demográfica. Isto nos coloca novos desafios para grandes aglomerados populacionais como São Paulo”, afirmou Alvarenga-Netto.

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