Costumes e regras de sites geram polêmica – Jornada “Diversidade cultural e novas tecnologias” IV

Como fortalecer a democracia com as novas tecnologias esteve no centro das discussões do quarto painel
Por Nelson e Gabriel (Eca Jr.)

O quarto painel teve como tema a aplicabilidade da tecnologia em favor do fortalecimento do sistema democrático, todas as dificuldades e obstáculos enfrentados para se criar um elo facilitador entre a população e aparelhos burocráticos ou processos políticos, bem como apresentar-se como uma ferramenta estimuladora a produção cultural e cibernética.

O primeiro palestrante, Cristiano Ferri, com o tema “Experiência do Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados” começou mostrando como a tecnologia pode estar a serviço da sociedade, e como ela pode se beneficiar na obtenção de informações ou entendimento do processo político, de modo a compreender as ferramentas tecnológicas como substanciais à democracia. Para isso, usou como exemplo o “Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados”, projeto do qual é coordenador. Primeiro, esclareceu que “hacker”, apesar do senso comum, não é uma coisa pejorativa, uma pessoa que invade contas e sites. Este na verdade é chamado de “cracker”. O hacker a que ele se refere é alguém que conhece um sistema tão bem que é capaz de transformá-lo e mudá-lo.

O laboratório organizou uma “Maratona Hacker”, durante uma semana no Congresso, com jovens tentando desenvolver aplicativos e ferramentas com base nos dados do Congresso. O aplicativo vencedor foi um que se tornou um site que “controlava” os gastos dos políticos. Ele classificava quem gastava mais dinheiro público quem gastavam menos. Além disso, explicitava em quais empresas o político concretizou os gastos, mostrando ainda, pelo Google Maps, a fachada da empresa.

A segunda palestrante, Giselle Dupin, apresentou o tema “Desafios e oportunidades das novas tecnologias para a democracia: o exemplo dos Pontos de Cultura e do caso Facebook x MinC”. Funcionária do Ministério da Cultura, explicou como funciona a política nacional “Cultura Viva”, que foi criada em 2004 pelo então ministro Gilberto Gil. A política, que tem como um de seus alicerces o programa “Pontos de Cultura”, tem como objetivo fortalecer a gestão da cultura no país, para garantir o pleno exercício dos direitos culturais dos cidadãos.

Giselle também falou do caso Ministério da Cultura x Facebook, como um exemplo do impacto do mundo digital no mundo real. O caso ilustra a questão que envolve a cultura indígena e as regras de uso do site, especificamente quanto ao nudismo. A questão gerou uma discussão acalorada com o público e os palestrantes, culminando com a necessidade de que o assunto seja novamente discutido para trazer propostas concretas.