Painel debate tecnologias na criação cultural – Jornada “Diversidade cultural e novas tecnologias” II

No segundo ciclo de palestras apresentado no CEST, debateu-se a cultura para deficientes, indígenas e a tecnologia a serviço da população
Por Thiago Castro (Eca Jr.)

O segundo painel começou por volta do meio dia, com o tema “Novas tecnologias e criação cultural”. Mediado pelo gestor cultural Piatã Kignel, contou com a presença de três profissionais da área, que comentaram sobre seus projetos e inovações tecnológicas no meio da produção de cultura.

Luis Mauch, fundador da associação Mais Diferenças, abriu a série de palestras. Fundada em dezembro de 2005, a Organização Não-Governamental (ONG) tem como foco de atuação a educação e cultura inclusivas, com o objetivo de tornar as atividades culturais acessíveis às pessoas com deficiência. Também atua na implementação de políticas públicas, na militância e nas mudanças de leis para que elas possam abranger todos os cidadãos.

O destaque apresentado por Mauch foi o aplicativo WhatsCine. Desenvolvido na Universidade Carlos III de Madrid, tem como parceria no Brasil a ONG Mais Diferenças. Disponível para as plataformas Android e iOS, o aplicativo oferece acessibilidade no cinema para pessoas surdas e cegas, colocando na tela de tablets e smartphones um intérprete de libras, além de emitir audiodescrição via fones de ouvido.

A segunda a se apresentar no Painel foi Gabriela Augustini, socia-diretora do “Olabi”, Makerspace com sede na zona sul do Rio de Janeiro. O objetivo do espaço é levar a tecnologia a quem não tem acesso, longe dos grandes centros de pesquisa. Com uma série de ferramentas e aulas informais, a população aprende a confeccionar, desde as etapas mais simples às mais complexas, projetos como luminárias e até aparelhos de laboratório para o uso em biotecnologia.

Encerrando o ciclo de palestras, tomou a palavra Vicent Carelli, vencedor do prêmio UNESCO pelo respeito à diversidade cultural e criador do Vídeo nas Aldeias. O projeto insere recursos audiovisuais no cotidiano de diferentes tribos indígenas, onde eles mesmos têm a possibilidade de realizar as filmagens, sobre seus próprios pontos de vista. A intenção é fortificar a identidade dos índios e suas mais diferentes culturas. Como disse Carelli, “A diversidade indígena é um universo amplo e desconhecido”, onde há centenas de tribos, cada uma com suas especificidades.